O que é Dislexia?
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Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e,
até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial
do aprendizado, é desafio que a Ciência vem deslindando paulatinamente, em130
anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao
apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos
dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia.
A complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente
vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e
Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por quê podemos
encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em
nosso processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos
esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em
tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser
habilidosa em tudo o que faz. Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou
com excepcional mestria, em suas pesquisas e estudos registrados,
especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que ele transformou
em pesquisa cientificamente comprovada, que o alçou à posição de um dos maiores
educadores de todos os tempos.
A evolução progressiva de entendimento do que é Disléxia, resultante do
trabalho cooperativo de mentes brilhantes que têm-se doado em persistentes
estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante
esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de
opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar
essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem
que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no
entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos
campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e
conclusivas, como:
que Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência
expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma
pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna Dislexia
altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas famílias;
que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério
cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo
estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa
desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo,
mecânica, visualização em 3 dimenões, criatividade na solução de problemas e
habilidades intuitivas;
que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em
esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua
dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Dentre estes,
há um grande exemplo brasileiro que, embora somente com sua autorização pessoal
poderíamos declinar o seu nome, ele que é uma de nossas mentes mais brilhantes
e criativas no campo da mídia, declarou: "Não sei por que, mas quem me
conhece também sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por
exemplo, apertar um simples parafuso";
que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica
de comando cerebral em Dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally
Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa
descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência
fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua
falência no aprendizado da leitura;
que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados
no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular
que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus
colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não
apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém,
encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr
dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com
que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada,
com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação
visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora
e especialista alemã, "... É como se as palavras dançassem e pulassem
diante dos olhos do disléxico".
A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com
que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e
desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse
grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma
inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma
das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer
envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é
considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto,
registram 20% da população americana como disléxica, com a observação
adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso
país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são
disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora
importantes, não costumam sequer ser considerados.
Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala
de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência
infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos
USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos
os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não
gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa
tragédia.
Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam
ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes nos USA, que apresentam algum
tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que crimes violentos
sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na
prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui
consideravelmente.
O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical
School; professor de Psicologia do MIT - Massachussets Institute of Tecnology;
diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA,
pesquisador lúcido e perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica
em Dislexia, após a morte do pesquisador pioneiro, o Dr. Samuel Orton, afirma
que a falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou a partir da
decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de
aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e
lexia, como palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega
de Dislexia, que está a significação intrínsica do
termo: dys, significando imperfeito como disfunção,
isto é, uma função anormal ou prejudicada; elexia que, do grego, dá
significação mais ampla ao termo palavra, isto é, comoLinguagem em
seu sentido abrangente.
Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita
contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de
visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre
essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente
laboriosos, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar
humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.
Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em
Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e
Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa
falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver
com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no
aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em
cerca de 80% dos disléxicos.
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender;
reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial,
mas que aprende de maneira diferente...
http://www.dislexia.com.br/
Sintomas
e Sinais da Dislexia
Formas de Dislexia |
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Disgrafia
Nos diferentes aspectos da
Dislexia, a DISGRAFIA é caracterizada por problemas com a Linguagem Escrita,
que dificulta a comunicação de idéias e de conhecimentos através desse
específico canal de comunicação. Há disléxicos sem problemas de coordenação
psicomotora, com uma linguagem corporal harmônica e um traçado livre e
espontâneo em sua escrita, embora, até, possam ter dificuldades com Leitura
e/ou com a interpretação da Linguagem Escrita. Mas há disléxicos com graves
comprometimentos no traçado de letras e de números. Eles podem cometer erros
ortográficos graves, omitir, acrescentar ou inverter letras e sílabas. Sua
dificuldade espacial se revela na falta de domínio do traçado da letra,
subindo e descendo a linha demarcada para a escrita. Há disgráficos com letra
mal grafada mas inteligível, porém outros cometem erros e borrões que quase
não deixam possibilidade de leitura para sua escrita cursiva, embora eles
mesmos sejam capazes de ler o que escreveram. É comum que disgráficos também
tenham dificuldades em matemática.
Existem teorias sobre as causas
da Disgrafia; uma delas aborda o processo de integração do sentido visão com
a coordenação do comando cerebral do movimento. É especialmente complicado
para esses disléxicos, monitorar a posição da mão que escreve, com a
coordenação do direcionamento espacial necessário à grafia da letra ou do
número, integrados nos movimentos de fixação e alternância da visão. Por
isto, eles podem reforçar pesadamente o lápis ou a caneta, no ponto de seu
foco visual, procurando controlar o que a mão está traçando durante a
escrita. Por isto, também podem inclinar a cabeça para tentar ajustar
distorções de imagem em seu campo de fixação ocular. Disgráficos, com
freqüência, experimentam, em diferentes graus, sensação de insegurança e
desequilíbrio com relação à gravidade, desde a infância. Podem surgir atrasos
no desenvolvimento da marcha, dificuldades em subir e descer escadas, ao
andar sobre bases em desnível ou em balanço; ao tentar aprender a andar de
bicicleta, no uso de tesouras, ao amarrar os cordões dos sapatos, jogando ou
apanhando uma bola.
Tarefas que envolvem coordenação de movimentos com direcionamento
visual podem chegar a ser, até, extremamente complicadas. Dos simples
movimentos para seguir uma linha e, destes, para o refinamento da motricidade
fina, que envolve o traçado da letra e do número e de suas seqüências
coordenadas, podem transformar-se em trabalho especialmente laborioso. Razão
porque se torna extremamente difícil para o disléxico aprender a escrever pela
observação da seqüência de movimentos ensinadas pelo professor.
Dificuldades também surgem na construção com blocos, no encaixe de
quebra-cabeças, ao desenhar, ao tentar estabelecer valor e direcionamento ao
movimento dos ponteiros do relógio na Leitura das horas. A escrita, para o
disgráfico, pode tornar-se uma tarefa muito difícil e exaustiva, extremamente
laboriosa e cansativa, podendo trazer os mais sérios reflexos para o
desenvolvimento do ego dessa criança, desse jovem, a falta de entendimento, de
diagnóstico e do imprescindível e adequado suporte psicopedagógico.
"ESSAS CRIANÇAS PODEM SER EXTREMAMENTE BRILHANTES, CAPAZES DE
EXCELENTES IDÉIAS, PORÉM COMPLETAMENTE INCAPAZES DE PASSAR PARA O PAPEL O
POTENCIAL DE SUAS CABEÇAS".Dr. LEVINE,M.D.
http://www.dislexia.com.br/dislex_disgrafia.html
Discalculia
Não existe uma causa única e simples com que possam ser justificadas
as bases das dificuldades com a Linguagem Matemática, que podem ocorrer por
falta de habilidade para determinação de razão matemática ou pela dificuldade
em elaboração de cálculo matemático. Essas dificuldades estão atreladas a
fatores diversos, podendo estar vinculadas a problemas com o domínio da
leitura e/ou da escrita, na compreensão global do que proponha um texto, bem
como no próprio processamento da linguagem. Há dificuldades diretamente
relacionadas à confusão visual-espacial, como outras que têm relação com a
discriminação da sequência e da ordem precisas de fatos matemáticos e com a
lembrança correta de adequação de procedimentos matemáticos. Embora ocorrendo
mais raramente, também podem existir dificuldades em avaliações comparativas:
maior-menor, mais-menos. Também existe a possiblidade do emocional altamente
exacerbado dificultar ou, mesmo, bloquear o pensamento matemático, não
possibilitando concentração precisa no foco da lógica matemática,
determinante para elaboração de razão matemática.
Pessoas disléxicas, com frequência, são bem dotadas em matemática.
Elas têm habilidades de visualização em três dimensões, que as ajudam a
assimilar conceitos mais clara e rapidamente que pessoas não disléxicas. Por
isto, também é relativamente comum que esses disléxicos possam resolver
complexos problemas matemáticos mentalmente, mesmo que não sejam capazes de
decompor esse cálculo em suas etapas respectivas. E, embora com essa
habilidade ímpar, e por causa deste mesmo processo de aprendizado diferencial
em discalculia, essas pessoas, surpreendentemente, podem experimentar grandes
dificuldades em cálculos aritméticos básicos. E quando esses disléxicos
apresentam dificuldades muito pronunciadas em direcionalidade, rota de
memorização e sequência, isto pode trazer-lhes dificuldades tão pronunciadas,
impedindo que seus dons matemáticos possam ser evidenciados.
Há outros disléxicos que, ao
contrário, não encontram grandes dificuldades e, até, podem ser hábeis em
cálculos aritméticos, porém fracassam sempre que uma "incógnita"
lhes traga uma abstração que eles não conseguem decodificar. Assim, encontram
sérias dificuldades em matemática mais avançada.
http://www.dislexia.com.br/dislex_discalculia.htm
Deficiência de Atenção
Há disléxicos cujo problema central está na dificuldade de focar a
atenção, sustentando a coordenação seletiva dessa atenção, e mantendo esse
estado convergente de atenção durante um espaço de tempo necessário à seleção
e registro de um estímulo, possibilitando que se integre na construção do
aprendizado. Como, de alguma forma, sempre existe o componente da atenção em
Dislexia, alguns especialistas nomeavam essa dificuldade de aprendizado a
partir do seu aspecto de deficiência de atenção, com as designações:
"Attention Deficit Desorder-ADD" - (Distúrbio de Deficiência de
Atenção-DDA); e "Attention Deficit Hyperativity Desorder-ADHD" -
(Distúrbio de Deficiência de Atenção com Hiperatividade-DDAH).
Por causa de sua dificuldade em concentrar a atenção, há crianças e
adultos que podem tornar-se inacreditavelmente confusos e inconsistentes. E
porque existe uma oscilação no nível da capacidade de concentração dessas
pessoas, há dias em que elas podem melhor corresponder à expectativa escolar
ensino-aprendizado, e outros dias em que se apresentam dispersivas, parecendo
ter esquecido tudo o que já haviam aprendido. Por isto, elas podem conseguir
uma nota alta em um dia e serem reprovadas, no mesmo conteúdo, no dia
seguinte, na próxima semana ou no mês seguinte. Condição que confunde pais,
professores e o próprio disléxico que não consegue entender por que isto
acontece.
E porque, muitas vezes, esses estudantes não são capazes de focar e
manter sua atenção seletiva para uma concentração e resposta satisfatórias,
pessoas e, até, profissionais desinformados acerca desse processo, podem
exasperar-se e acusá-los de serem desatentos e negligentes; de não estarem
levando seus estudos a sério; de não estarem determinados a aprender; de
serem negligentes e indiferentes ao objetivo de conquistar um bom desempenho
escolar quando, na verdade, eles não estão conseguindo atingir um nível
mínimo necessário de concentração da atenção, para que possam, mentalmente,
construir e entrelaçar as sequências relacionais em seu mecanismo
psicopedagógico pessoal ensino-aprendizado.
O Dr. Mel Levine, M.D., adverte que, "Frequentemente,
essas crianças são classificadas como tendo distúrbios emocionais, e seus
pais podem culpá-las por isto, quando, na verdade, cada uma delas é vítima
inocente de uma deficiência escondida, que interfere no caminho em que o
cérebro dessa criança organiza sua habilidade de concentração".
Há crianças que têm problemas
de atenção e são, também, impulsivas, porém não são hiperativias. E outras,
ao contrário, que podem ser hipoativas. O Dr Goldberg também
esclarece que "DDA-Distúrbio de Deficiência de Atenção pode
ocorrer sem nenhum desequilíbrio piscomotor como, também, pode acontecer
acompanhado de Hiperatividade em algum de seus diferentes graus, que podem
oscilar entre o quase imperceptível ao irritante e, deste, podendo atingir
níveis até incapacitantes".
http://www.dislexia.com.br/dislex_atencao.html
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Hiperatividade
Criança hiperativa é aquela que nunca pode parar, que está sempre
agitada, que não consegue permanecer sentada, imóvel. O Dr.Serfontein diz que:
"Mesmo quando mais velho, se analisado com atenção, o hiperativo revelará
algum tipo de movimento contínuo das pernas, dos pés, dos braços, das mãos, dos
lábios, da língua". Especialistas dizem que "...há pais e professores
que, ainda, acreditam que o comportamento da criança ou do jovem hiperativo
seja de oposição, e que pode e deve ser controlado". Por isto se torna
muito importante a conscientização de que Hiperatividade é condição orgânica
com base neurológica. E que uma criança ou jovem que se sinta incapaz de
controlar os próprios movimentos, sente-se muito mal a respeito de si mesmo e
sua auto-imagem e auto-estima podem tornar-se muito negativas.
Existem duas características diferenciais em Hiperatividade: a primeira
delas é da criança hiperativa com comportamento impulsivo, que fala sem pensar
e nunca espera por nada; que não consegue esperar por sua vez, interrompendo e
atropelando tudo e todos, agindo antes de pensar e nunca medindo as
conseqüências dessas atitudes. Planeja e decide mal e suas ações podem ser
perigosas. Como bem explicita o Dr. Paul Wender, "Essa criança corre para
a rua, sobe no peitoril da janela, trepa em árvores... Por isto sua cota de
escoriações, hematomas, cortes e idas ao médico são significativas". Um
segundo tipo de Hiperatividade tem suas características mais pronunciadas na
dificuldade de foco de atenção. Trata-se de uma super estimulação nervosa que
faz com que essa criança passe de um estímulo a outro, não conseguindo focar
sua atenção em um único objetivo, o que dá a impressão de que ela é desligada.
Ela se distrai facilmente com um estímulo mínimo que alcance sua visão, com qualquer
som ou cheiro, não conseguindo centralizar sua atenção, suprimindo detalhes de
importância irrelevante. Não é que esse hiperativo não preste atenção em nada,
ao contrário, ele presta atenção em tudo, ao mesmo tempo, não sendo capaz de
destacar um estímulo e ignorar outros. Ele não consegue determinar o foco
principal dentre estímulos que bombardeiem seu cérebro, em que deveria fixar
sua atenção seletiva. É a resposta a diferentes estímulos, ao mesmo tempo, que
dá a essa criança a característica de hiperativa. Não é que ela esteja
desatenta, desligada; ao contrário, o fato dela estar ligada em tudo que esteja
acontecendo a sua volta é que a impede de concentrar sua atenção em um só
estímulo.
http://www.dislexia.com.br/dislex_hiperatividade.html
Hipoatividade
O termo HIPOATIVIDADE expressa a
tradução de sua significação literal, exatamente inversa à condição de
Hiperatividade.
A criança hipoativa é aquela que parece
estar, sempre, no "mundo da lua", "sonhando acordada." Dá a
impressão de que nunca está ligada em nada. Ela tem memória pobre e
comportamento vago, pouca interação social, quase não se envolve com seus
colegas e costuma não ter amigos. Hipoatividade se caracteriza por um nível
baixo de atividade motora, com reação lenta a qualquer estímulo. Essa criança
não costuma trazer problemas em seu convívio porque é, sempre, muito bem
comportada, a chamada "criança boazinha". Hipoatividade ligada à
Dislexia traz uma grande dificuldade a essa criança e jovem, no processar o que
está acontecendo à sua volta, necessitando de um aprimoramento de técnicas em
seu programa escolar, com a necessidade de recursos psicopedagógicos
remediativos absolutamente específicos, com um suporte muito mais ativo de
estímulos tanto na escola como em casa e na sociedade.
http://www.dislexia.com.br/dislex_hipoatividade.html
Na Primeira Infância:
1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.
Observação:
Pesquisas científicas neurobiológicas
recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia
em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua
deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros
casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente,
genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a
partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa
remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou
minimizar essa dificuldade.
A dificuldade de discriminação fonológica
leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de
consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que
compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas
crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o
que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente
memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à
identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da
percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a
razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que
leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e
palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando
dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.
Porque, freqüentemente, essas crianças
apresentam mais dificuldades na conquista de
domínio do equilíbrio de seu corpo com relação à gravidade, é comum que pais
possam submete-las a exercícios nos chamados "andadores" ou
"voadores". Prática que, advertem os especialistas, além de trazer
graves riscos de acidentes, é absolutamente inadequada para a aquisição de
equilíbrio e desenvolvimento de sua capacidade de andar, como interfere,
negativamente, na cooperação harmônica entre áreas motoras dos hemisférios
esquerdo-direito do cérebro. Por isto, crianças que exercitam a marcha em
"andador", só adquirem o domínio de andar sozinhas, sem apoio, mais
tardiamente do que as outras crianças.
Além disso, o uso do andador como exercício para conquista da marcha ou visando
uma maior desenvoltura no andar dessa criança, também contribui, de maneira
comprovadamente negativa, em seu desenvolvimento psicomotor potencial-global,
em seu processo natural e harmônico de maturação e colaboração de lateralidade
hemisférica-cerebral.
A Partir dos Sete
Anos de Idade:
1 - pode ser
extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário,
seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra
bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em
leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa,
acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura
silenciosa;
7 - ao contrário, só
entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 - sua letra pode
ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre
si;
9 - pode omitir,
acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo
que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou
só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário,
pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande
imaginação e criatividade;
14 - desliga-se
facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de
barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga
em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa
auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de
ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se
facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças
bruscas de humor;
21 - é impulsivo e
interrompe os demais para falar;
22 - não consegue
falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e
desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades
visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns
sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 - confunde
direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum
apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para
ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em
aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso
dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas
tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de
cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva
cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente
memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 - boa memória
longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre
memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de
imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente
desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e
dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar
sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se
facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem
pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito
alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de
justiça;
45 - muito sensível e
emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades
para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o
equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos
disléxicos;
48 - com muito
barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse
distraído;
49 - sua escrita pode
ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 - cerca de 80% dos
disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.
Crianças disléxicas
apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o
sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número
maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas
características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se
alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que
possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam
uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um
quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de
aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.
Pesquisadores têm
enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma
muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no
jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02,
onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos,
que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos
em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma
criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área
cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses
pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética,
que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades
específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a
habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.
Essa área, atrás do
ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que,
agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de
errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para
diagnosticar Dislexia.
Esses pesquisadores
ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em
uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que
essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório,
possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício
de um grande esforço.
http://www.dislexia.com.br/sintomas.htm
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